sábado, 15 de agosto de 2009

WOODSTOCK ... E LÁ SE VÃO 40 ANOS











Nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969 aconteceu em Bethel, ao norte do estado de Nova York, o mais famoso festival de música da história. Woodstock reuniu mais de 400 mil pessoas num espaço de de 2,4 quilômetros quadrados num estado de calamidade pública com a presença de muitos dos artistas mais famosos da época, entre eles Janis Joplin, Jimi Hendrix, Creedence Clearwater Revival, Jefferson Airplane, Sly and the Family Stone, Crosby Stills Nash and Young e revelações como Santana e Joe Cocker.

Nunca tanta gente tinha se reunido para ouvir música. Na época, os artistas tocavam no máximo para 10 mil pessoas. Por isso, muitos ficaram com medo de subir ao palco. Devido ao engarrafamento que parou as estradas da região, os artistas eram levados de helicóptero e a cantora folk Melanie não entendeu o que estava vendo e perguntou o que era aquilo lá embaixo. “Gente,” respondeu alguém.

Eram esperadas 100 mil pessoas, apareceram 400 mil ou mais, ninguém sabe ao certo. Muitos andaram mais de 20 quilômetros depois de largar seus carros na estrada. Choveu já no primeiro dia, as estradas e o local enlameados, eram apenas 600 banheiros químicos (imundos) e 60 telefones públicos ( meio milhão de interurbanos no primeiro dia) . A infra entrou em colapso e a produção solicitou ajuda da guarda nacional para trazer alimentos, remédios, médicos e outras coisas. O governador Nelson Rockefeller tinha recebido informe da invasão de hippies sujos e drogados na pacata cidade de Bethel por denúncias de alguns dos 2.366 habitantes locais e queria mandar a Guarda Nacional para dispersar a malta a porrada, mas a produção conseguiu transformar a ameaça em ajuda.

Drogados com certeza. Afirma-se que foram consumidas 25 toneladas de maconha no festival. E muito ácido (LSD), mescalina, haxixe etc etc. Havia tendas especiais apelidadas de Bad Trip Tents para ajudar quem entrasse num bode lisérgico, numa viagem ruim de ácido. Havia monitores de comunidades alternativas que entendiam do riscado e guiavam os que estavam mal para se recuperarem. Foram atendidas 400 pessoas. Houve apenas uma morte por overdose no festival, de heroína.




















As apresentações também ocorreram em meio ao caos. O tempo mínimo de intervalo entre um show e outro era de 40 minutos. O máximo de 120 minutos. Imagine você sentado no chão em cima de um cobertor sujo de lama sem poder se mexer direito esperando esse tempo todo. Muitos recebiam informação de que iam entrar numa hora e entravam muitas horas depois. E vice versa. Santana foi informado que ia demorar, daí tomou mescalina e entrou em órbita. Quando se aproximava de Marte foi mandado para palco e tocou sem entender orra nenhuma do que estava fazendo. John Sebastian nem ia tocar, foi só para curtir e quando lhe pediram para cantar umas músicas, porque os artistas não tinham chegado ainda, ele entrou doidão.

Com tudo isso o festival transcorreu em paz com todos se ajudando num clima de comunidade que levou o ativista de esquerda Abbie Hoffman a batizar o evento de Woodstock Nation. No ano seguinte, rolou o documentário que foi o grande responsável pela proporção mítica que o festival tomou. Milhões de pessoas estiveram em Woodstock através do filme e absorveram a ideologia de paz e amor, levando-a para o cotidiano. O respeito à natureza, o estilo de vida alternativo, a busca da filosofia oriental e suas práticas milenares e de alimentos mais puros, tudo isso tem um pé em Woodstock, para onde convergiu todo o estilo alternativo que brotou a partir do verão do amor de1966 em São Francisco.

Fonte:Jamsessions.oglobo.com

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