quarta-feira, 26 de agosto de 2009

FUNK É CULTURA SIM !!!

Funkeiros, deputados estaduais e acadêmicos participaram de uma audiência pública na Alerj na manhã desta terça-feira para discutir as leis que proíbem os bailes nas favelas e tentar soluções para incluir o funk nas escolas e nas comunidades. Ficou definido que no próximo dia 1º serão votados, em sessão extraordinária, os projetos de lei que tratam do funk como movimento cultural e social e da revogação da lei que estabele regras para a realização de eventos de música eletrônica.

- Essa audiência foi muito importante porque reflete um novo patamar no debate público em torno do funk. O funk hoje, aqui, deixa de ser um caso de polícia. Essa é uma página virada. O funk passa a ser tema de políticas públicas nas áreas da Cultura e da Educação - afirmou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos, lembrando ainda que, na semana passada, intermediou uma reunião entre a Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFunk) e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio, que resultou na promessa de uma nova conduta policial em relação ao funk.

No auditório da Alerj, estavam presentes Mc Serginho, famoso pela dupla com Lacraia, Mc Leonardo, DJ Marlboro e a cantora Fernanda Abreu. Também participou da audiência o antropólogo Hermano Vianna.











O que está acontecendo hoje na Alerj é sinal de que a visão do estado sobre o movimento do funk pode mudar. O funk precisa deixar de ser visto como caso de polícia e essa lei confusa e contraditória que inviabiliza a realização dos bailes nas favelas precisa ser revogada. O funk tem a capacidade de se tornar um condutor da paz na cidade, e essa chance não pode ser desperdiçada - disse Vianna.

A secretária estadual de Educação, Teresa Porto, afirmou que pretende levar o funk para a realização de um trabalho pedagógico nas escolas. Para ela, o ritmo pode ser usado para a construção de letras positivas, que abordem temas importantes para a sociedade.









- Através do funk, vamos estar mais próximos de nossos alunos - disse.

A cantora Fernanda Abreu relatou sua primeira experiência com o funk, no final da década de 80.

- Vi ali a força de uma nova música carioca. A evolução do funk, desde então, passa pela evolução e desenvolvimento das comunidades. Já que queremos desenvolver a cultura naquele lugar, precisamos desenvolver aquele lugar primeiro - defendeu Fernanda.

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